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Informações e curiosidades do mundo da saúdeA imunização trouxe ganhos, mas a hesitação agora traz retorno de doenças
12 de Agosto de 2025

A nível global, a história das vacinas é uma história de sucesso. Houve a erradicação da varíola (1980) e houve expectativa para a erradicação da poliomielite e a eliminação do sarampo. O controle de várias doenças sendo controle do câncer do colo do útero (HPV) e da doença pneumocócica invasiva por Streptococcus pneumoniae (pneumococo), duas das doenças com boas expectativas, pelo desenvolvimento das vacinas por diferentes farmacêuticas, que ainda acreditam no sucesso dos imunizantes para controle das patologias, e ainda manterem suas pesquisas vivas e produtivas.
No entanto, os ganhos em saúde decorrentes da vacinação podem ser menos evidentes, se houver mais pessoas com hesitação em vacinar, e/ou menor capacidade de oferta de vacinas e de vacinação. Menores taxas de cobertura vacinal, podem ter efeitos na imunidade de grupo. A hesitação em vacinar constitui um grande desafio para os profissionais de saúde e exige um grande investimento na formação.
A vacinação é, provavelmente, a medida de saúde pública com melhor relação custo-efetividade, depois da água potável, e com elevados ganhos em saúde. A história das vacinas é uma história de sucesso: a sua aplicação sistematizada, ao longo de décadas, sob a forma de programas e de campanhas de vacinação melhorou a saúde a nível global com diminuição significativa da mortalidade, principalmente a mortalidade infantil e da morbidade por doença aguda, complicações, hospitalizações e sequelas. Estima-se que as vacinas previnam cerca de seis milhões de óbitos anualmente (OMS). Hoje sabemos que no Brasil a população vive por 30 anos a mais do que a expectativa, do final do século passado.
A erradicação é o objetivo para algumas doenças de transmissão inter-humana exclusiva e para as quais existem vacinas efetivas. Porém até hoje, só a varíola foi erradicada com interrupção da vacinação a nível global. A próxima doença a ser erradicada é a poliomielite.
A eliminação do sarampo em todas as regiões do globo e posterior erradicação é uma meta da OMS que implica 95% de cobertura vacinal com duas doses. Contudo, a eliminação (nacional ou regional) não remove o risco de reintrodução da doença, sendo crucial garantir coberturas vacinais elevadas e boa vigilância clínica, laboratorial e epidemiológica.