Por que VACINAR ADULTOS?

21 de Agosto de 2023

Passada a infância, as pessoas dificilmente voltam para se vacinar. Hoje, é justamente a população adulta que preocupa, muitos dos que têm entre 18 e 50 anos não tiveram doenças como sarampo ou caxumba, nem tomaram todas as doses necessárias para se proteger delas. Logo, diferentemente das crianças, que em sua maioria estão vacinadas, e dos idosos, que estão imunizados porque tiveram essas enfermidades, a população adulta representa uma “janela” perigosa.

Isso faz deles uma porta de entrada para epidemias, no caso do sarampo, por exemplo, estima-se que, entre os adultos, a cobertura seja de somente 5%. O cenário é de uma catástrofe em potencial.

A vacina contra o sarampo foi incluída no calendário nacional de imunizações na década de 1980, mas, até 1992, apenas uma dose era aplicada. Portanto, é provável que só quem nasceu depois desse ano tenha recebido a segunda dose, que garante eficácia de 97%. Assim como nesse caso, a imunização para outras doenças também passou por modificações, seja no número de doses, seja na idade para a aplicação. Além disso, muitas vacinas sequer existiam há alguns anos.

Às vezes, o indivíduo fez o esquema completo de vacinação quando era criança. Mas isso foi há 30, 40 anos. É preciso estar em dia com o que existe hoje.

A preocupação com o tema é tão grande que a SBIm criou, um grupo multidisciplinar para discutir imunização entre os adultos, com profissionais de várias especialidades.

Os pediatras, hoje, são os únicos que falam sobre vacinas. É preciso que isso seja falado na pneumologia, na cardiologia, na geriatria, o que faz uma pessoa se vacinar é a recomendação médica. Se o médico não informa seu paciente adulto, ele não vai espontaneamente buscar um posto ou clínica.

Uma pesquisa conduzida pelo instituto Ipsos MORI, encomendada pela farmacêutica GSK, mostra que, no Brasil, 64% dos adultos não estão com a vacinação totalmente em dia. Lembramos que muitas dessas doenças podem ser graves para adultos e, especialmente, para gestantes.

O vírus da zika afetou de forma terrível os bebês de tantas grávidas, mas não podemos esquecer que a rubéola já fazia isso muito tempo antes.

Vacinas que os adultos devem tomar

Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) + varicela tetra viral

Duas doses, com intervalo de um mês. A partir dos 50 anos, especialistas afirmam que não é mais necessário tomar essa vacina, porque a esmagadora maioria das pessoas nessa faixa etária já tiveram a doença na infância. Para mulheres que planejam ter filhos e nunca contraíram a doença, nem foram imunizadas, é preciso tomar a vacina até 30 dias antes de começar a tentar engravidar.

Hepatite A*

Duas doses, com intervalo de seis meses.

Hepatite B

Três doses. Intervalo de um mês entre a primeira e a segunda, e intervalo de cinco meses entre a segunda e a terceira.

Doença pneumocócica

As vacinas conjugadas dose única.

Tríplice bacteriana do tipo adulto (difteria, tétano e coqueluche) – dTpa*

Para quem puder pagar em clínicas privadas, o ideal é, em vez de tomar três doses da dT (serviço público), receber uma dose da dTpa e duas da dT. É recomendado, também, reforço com dTpa a cada dez anos (tétano e coqueluche mesmo quem teve a doença não há proteção com mais de 10 anos, é preciso reforço)

Influenza (gripe)

Dose anual. Idosos e pessoas com baixa imunidade, importante serem orientadas, devido a diferentes vacinas no mercado privado, que podem melhorar a proteção de acordo com a condição imunológica. Exemplo vacina de gripe high dose*, mais antígeno, para estimular melhor e produzir mais anticorpos.

Febre amarela

Uma dose na infância, uma dose no adulto.

Herpes Zóster* inativada

Duas doses. Licenciada no Brasil a partir dos 50 anos, ficando a critério médico sua recomendação a partir dessa idade.

HPV*

Três doses. Após a primeira, esperar intervalo de dois meses e tomar a terceira seis meses depois da primeira. A vacina HPV com 9 sorotipos, licenciada dos 9 a 45 anos. Porém uma orientação adequada é importante em situações especiais, e faixas etárias que podem e devem ser utilizadas.

*Vacina disponível apenas em clínicas particulares.