Tipos de Vacinas

30 de Janeiro de 2023

Quando um microrganismo interage com nosso organismo, ele responde de 2 formas, a resposta inata, como o próprio nome já diz, nascemos com ela, representando a 1ª linha de defesa contra os agentes infecciosos. Ela é inespecífica e muitas vezes suficiente para controlar a infecção. Participam dela células que englobam e destroem os agentes estranhos e diversas proteínas solúveis.

A resposta adquirida, por sua vez, entra em ação quando a resposta imune inata não consegue controlar sozinha a infecção. Participam da resposta adquirida proteínas conhecidas como anticorpos (as imunoglobulinas) e as células produtoras de anticorpos, que chamamos de linfócitos. Os anticorpos agem se ligando a pequenas partes dos agentes infecciosos, encaixando-se como uma chave na fechadura e neutralizando o agente nocivo ou facilitando a sua destruição pelas células de defesa e fatores solúveis. Esta resposta é específica para cada tipo de agente infeccioso e caracteriza-se por apresentar memória imunológica, onde reinfecções pelo mesmo agente não causam mais doença, pois ele é “reconhecido” pelo sistema imunológico.

A função das vacinas é exatamente ensinar o sistema imunológico a reconhecer tais agentes e, assim, estimular a produção de anticorpos específicos para combatê-los, sem permitir que a doença se desenvolva.

Para isso as vacinas são preparadas à partir de componentes do próprio agente agressor ou de um agente que se assemelhe ao causador da doença. Porém, os microrganismos utilizados estão na forma atenuada (enfraquecida) ou inativada (morta). Toda vacina é constituída pelo próprio agente infeccioso (inativado ou atenuado). Por isso dividimos as vacinas em 2 grandes grupos as vacinas atenuadas e as vacinas inativadas.

A vacina atenuada é feita com bactérias ou vírus vivos, porém cultivados em condições adversas, de forma que perderam a capacidade de provocar a doença. Esse enfraquecimento pode ser obtido, por exemplo, provocando mutações que interfiram em processos essenciais para o desenvolvimento do microrganismo. As vacinas contra sarampo, caxumba, rubéola, varicela, febre amarela, rotavírus e poliomielite (oral) são exemplos de atenuadas virais. Já as vacinas BCG (contra tuberculose) e contra a febre tifoide (oral) são atenuadas bacterianas.

A vacina inativada é composta por vírus ou bactérias que foram mortos por processos químicos ou físicos, como por radiação, calor ou tratamento com formaldeído. Alguns exemplos das inativadas virais são as vacinas da poliomielite (parenteral), hepatite A, hepatite B, raiva, influenza e HPV. Entre as inativadas bacterianas estão a DTP (contra difteria, tétano e coqueluche) e a vacina contra febre tifoide.

Algumas vacinas são produzidas utilizando componentes específicos do agente patogênico, como uma proteína ou carboidrato, capazes de produzir uma resposta imunológica. Quando o componente utilizado é um carboidrato, para que este seja detectado pelo organismo precisa estar “acoplado” (conjugado) a uma proteína. Esta proteína aumenta a capacidade imunizante do componente, sem ela não haveria indução de memória imunológica e não haveria uma resposta imune adequada em crianças menores de 2 anos de idade. Exemplos de vacinas conjugadas, resultantes deste processo são a Pneumocócica e a Haemophilos b.

  • Vacinas inativadas por meios físicos ou químicos (agentes mortos ou componentes destes):

Poliomielite (IPV), hepatite A, raiva e pertussis (célula inteira)

  • Vacinas inativadas por engenharia genética ou ainda organismos modificados:

Toxóide (difteria e tétano)

Polissacarídica (pneumocócica 23 valente)

Conjugada (pneumocócica 10 e 13 valente, Hib Haemophilus influenzae tipo B, meningocócica C e meningocócica ACYW)

Recombinante (Hepatite B, meningocócica B e HPV papiloma vírus humano)

Subunitária (pertussis acelular) e influenza.

Uma das diferenças observadas entre as vacinas atenuadas e inativadas diz respeito à intensidade e velocidade da resposta imunológica que elas proporcionam. Geralmente as atenuadas oferecem proteção a longo prazo e são efetivas com uma única dose. Podem ser produzidas tanto com vírus quanto bactérias, sendo mais comum a utilização de vírus.

Já as inativadas são comuns tanto para vírus quanto para bactérias e provocam reações imunológicas de menor intensidade e duração, se comparadas às vacinas atenuadas, exigindo doses de reforço para garantir a cobertura vacinal. Em contrapartida, tendem a provocar menos efeitos adversos.

As vacinas atenuadas são seguras para indivíduos saudáveis, mas são contraindicadas para imunodeprimidos e gestantes, sendo necessária a avaliação médica caso a utilização destas vacinas seja necessária.

Vacina combinada é a que apresenta antígenos (moléculas presentes nos vírus e bactérias e que disparam a reação imunológica) de mais de um agente infeccioso, protegendo contra diferentes doenças com apenas uma aplicação.

A SCR (contra sarampo, caxumba e rubéola) e a DTP (contra difteria, tétano e coqueluche) são vacinas combinadas tradicionais. Por vezes é possível combinar imunizações que normalmente são realizadas separadamente, como a DTP mais a IVP (Haemophilus influenzae tipo B), que formam a vacina tetravalente

 

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