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Informações e curiosidades do mundo da saúdeVACINAÇÃO EM PACIENTES ONCOLÓGICOS
02 de Maio de 2022
A vacinação é uma das ferramentas mais importantes para a proteção individual e coletiva contra as doenças infectocontagiosas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacina é responsável por evitar entre 4 e 5 milhões de mortes, a cada ano, no mundo.
Ao se vacinar o indivíduo diminui as chances de contrair enfermidades e ainda protege as pessoas próximas (exemplo familiares e no local de trabalho ou estudo), pois diversas doenças infecciosas são transmitidas por contato ou pelo ar. Quando o público a ser vacinado é um paciente em tratamento oncológico, a atenção sobre o assunto deve ser redobrada, inclusive porque os contactantes também devem se vacinar.
Atualizar a carteira de vacinas é importante, principalmente, para os PACIENTES que estão em quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo. Os tratamentos provocam uma diminuição da imunidade, facilitando a contaminação por doenças infecciosas, que podem causar hospitalizações e complicações que podem levar a óbito.
Para uma imunização mais eficiente, é importante atualizar do cartão de vacinas, de duas a quatro semanas antes do início do tratamento. As vacinas também podem ser aplicadas em quem já está em tratamento, porém o paciente deverá conversar com o médico, porque deverá ocorrer necessidade de reforços posteriormente.
Duas vacinas são importantes nestes pacientes, a vacina tríplice bacteriana (dTpa), caso o paciente já tenha o esquema vacinal completo, a orientação é realizar um reforço com a vacina dTpa a cada 10 anos. Outra vacina importante, é a vacina contra a Influenza, é indicada para todos os pacientes oncológicos, com necessidade de imunização anual, como recomendado à população em geral.
Vacinação infantil em queda: SOBOPE ressalta a importância de imunizar as crianças em tratamento oncológico (alerta ABCVAC)
A proteção vacinal é essencial e pode evitar que o paciente com câncer adoeça e tenha sua rotina de tratamento interrompida
Apesar das recentes mudanças feitas pelo Ministério da Saúde, com a exclusão dos menores de 5 anos de idade do grupo prioritário de vacinação contra a Influenza, as crianças com comorbidades continuam compondo o público prioritário da campanha. Por isso, a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) reforça a importância da imunização, que tem início no próximo dia 4.
Fabianne Carlesse, médica infectologista pediátrica e membro da SOBOPE, afirma que não há qualquer contraindicação formal à vacina da Influenza para crianças e adolescentes com câncer. Ela explica que a depender da fase de tratamento na qual o paciente se encontra, a resposta à vacinação será mais ou menos efetiva. Dessa forma, a aplicação da dose pode ser adiada para um retorno imunológico mais significativo.
“Como não é uma vacina de vírus vivo, a criança pode e deve ser imunizada. Caso ela esteja com a defesa muito baixa, linfopênica, ou seja, com a quantidade de linfócitos reduzida, a chance de resposta à vacina pode ser menor. Então, sempre orientamos que a criança em tratamento quimioterápico procure um oncologista para checar como está em relação às defesas e algum outro tipo de comorbidade, se há mais algum fator associado que poderia impedir ou diminuir a eficácia dessa vacina”, diz a especialista.
O esquema vacinal e a recomendação da vacina nos pequenos são definidos com base na idade no momento da primeira dose da vacina influenza e no número de doses da vacina recebidas em temporadas anteriores (pelo menos uma dose).
A infectologista é categórica ao afirmar que a proteção vacinal é necessária e pode evitar que a criança adoeça e tenha sua rotina de tratamento interrompida. Para ela, ainda que produza uma resposta menos eficiente, “é melhor ter uma criança imunossuprimida imunizada do que ter zero de proteção contra o vírus Influenza”. “O fato da criança ser vacinada vai diminuir o risco de internação, de idas ao pronto-socorro e de adiar o tratamento oncológico”, conclui Dra. Fabianne Carlesse.
Queda histórica na imunização infantil
Segundo dados coletados pela organização Repórter Brasil, via Lei de Acesso à Informação, o governo federal cortou mais da metade do valor investido em propaganda para a vacinação. Em 2021, houve uma queda histórica na imunização de crianças e adolescentes, resultando na pior cobertura vacinal em mais de 30 anos. Com este cenário, amplia-se o risco de retorno de doenças erradicadas há anos, como a poliomielite (paralisia infantil).
Fonte ABCVAC e Site SBIM (Família)
Semana Mundial de Imunização: conheça as vacinas recomendadas e contraindicadas para pacientes oncológicos
- Segunda, 25 Abril 2022 13:11
- Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por Claudia Nogueira
Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) chama a atenção para as particularidades da imunização de pacientes oncológicos e divulga material sobre o tema
Realizada de 24 a 30 de abril com apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Semana Mundial de Imunização tem por objetivo conscientizar a população sobre a importância das vacinas na proteção de diversas doenças. Em 2022, o lema estabelecido pela OMS é: Você está protegido? Tome todas as vacinas.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) enfatiza que a proteção das vacinas também é benéfica e recomendada a quem tem câncer, mas alerta que nem todas as vacinas são indicadas a imunossuprimidos, que é o caso de muitos pacientes oncológicos, especialmente aqueles em tratamento com quimioterapia ou radioterapia.
Vacinas com vírus vivos atenuados são contraindicadas a pessoas imunocomprometidas porque podem se replicar no organismo do individuo vacinado, nesse grupo de vacinas, estão a tríplice viral [contra sarampo, caxumba e rubéola] e os imunizantes que combatem a febre amarela, herpes zoster e poliomielite, em contrapartida, para início de qualquer tratamento oncológico, há duas vacinas fundamentais, a vacina contra a influenza e contra a pneumonia. Esta última chamada de antipneumocócica, pode ser usada em adultos, estão disponíveis ainda as pneumocócicas conjugada (PVC-13) e a polissacarídica (VPP23).
Essas e muitas outras recomendações constam no guia Vacinação no Paciente Oncológico, produzido pela SBOC e pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) no ano passado. O material tem sido usado como fonte de referência para diversos oncologistas no Brasil e no mundo, mas também pode ser acessado gratuitamente por qualquer pessoa que busque informações sobre o tema.
Um estudo*, realizado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e mencionado no guia, apontou que a orientação do médico faz toda a diferença para que o paciente, de fato, se vacine. Quando o profissional de saúde estimula a imunização, as taxas de vacinados podem chegar a até 90%; entretanto, se ocorre um desestímulo por parte do médico, a mesma taxa gira em torno de 8%. O guia Vacinação no Paciente Oncológico contribui ao sensibilizar os oncologistas para a importância da vacinação.
Embora os benefícios da vacinação sejam bastante evidenciados de forma geral, o estudo destaca a relevância de análises individuais, pois existem recomendações específicas também quanto ao momento adequado das imunizações, assim como considerações acerca da revacinação e de esquemas de doses especiais. Quem passou por um transplante de células tronco-hematopoiéticas, por exemplo, deve obedecer a um calendário de imunização adaptado ao processo do tratamento.
Pacientes oncológicos têm recomendação da 4a dose do imunizante contra a covid-19?
Sim. O esquema vacinal completo contra a Covid-19 é indicado a pacientes com câncer, inclusive a quarta dose, que deve ser tomada 120 dias (cerca de quatro meses) após a terceira dose. Uma pesquisa** liderada por cientistas do Reino Unido revelou que 40% das pessoas imunocomprometidas conseguiram gerar menos anticorpos do que pessoas saudáveis após duas doses de vacina, o que justificaria a necessidade de reforços.
Há também necessidade de proteção contra possíveis variantes do coronavírus, como a ômicron, que provocou um novo aumento de casos de covid em várias partes do mundo.
Neste mês, cálculos do Ministério da Saúde revelaram que 58,2% dos brasileiros que têm idade acima de 18 anos e que já estão elegíveis para receber a quarta dose ainda não completaram o esquema de imunização.
A SBOC também sublinha que todos os que convivem com pacientes oncológicos, como familiares e cuidadores, devem manter seu calendário vacinal atualizado, de acordo com as recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI). E você, está protegido?
Referências
*Centers for Disease Control and Prevention (CDC). MMWR Morb Mortal Whly Rep. 1988;37:657-661. **Covid-19: 40% dos pacientes com sistema imunológico enfraquecido apresentam menor resposta às vacinas. Em https://doi.org/10.1136/bmj.n2098. Acessado em 18/04/2022.
SOBRE A SBOC – SOCIEDADE BRASILEIRA DE ONCOLOGIA CLÍNICA
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) é a entidade nacional que representa mais de 2,5 mil especialistas em oncologia clínica distribuídos pelos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. Fundada em 1981, a SBOC tem como objetivo fortalecer a prática médica da oncologia clínica no Brasil, de modo a contribuir afirmativamente para a saúde da população brasileira. É presidida pelo médico oncologista Prof. Dr. Paulo M. Hoff.